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terça-feira, 13 de setembro de 2011

Conheça o hotel mais alto do mundo

É o hotel mais alto do mundo e abriu portas há poucos meses. A altura que tanto deslumbra pode também ser o seu maior ponto fraco.

O velho Ritz-Carlton em Hong Kong podia ser pequeno, mas tal como grande parte do território, os limites físicos nunca foram um entrave. O pouco atraente lóbi do hotel era ofuscado pelo edifício elitista do Hong Kong Club, do outro lado da rua, e pelo ‘showroom' da Rolls Royce, na porta ao lado, mas a cortesia do porteiro compensava essa falha estética. O restaurante italiano Toscana era outro ponto forte. Considerado um dos melhores da Ásia antes de fechar as suas portas, em Janeiro de 2008, deu lugar a uma nova torre de escritórios.

O novo Ritz-Carlton, inaugurado em finais de Março, é a antítese arquitectural do seu avatar. O hotel de 312 quartos ocupa 16 andares do International Commerce Centre na zona de Kowloon e a qualquer lado que vá, do lóbi ao bar no terraço, será sempre brindado pela cantilena "este é o hotel mais alto do mundo, tem o spa mais alto do mundo, o bar mais alto do mundo...", entoada a toda a hora pelo staff do hotel.
Na noite em que fiz o ‘check-in', cruzei-me com uma amiga e o marido que também se encontravam hospedados no hotel. Combinámos encontrar-nos no 102º andar, no restaurante italiano Tosca. Até lá chegarmos, passamos por um sem número de gabinetes envidraçados decorados, de cima abaixo, com Perspex espelhado em tons prateados e vermelhos. No átrio mais próximo viam-se dois lustres gigantescos em vidro encarnado que lembravam duas enormes chaminés.

O centro do Tosca é ocupado por um lustre colossal, digno de figurar no Livro do Guiness. Nessa manhã, sentado sob esse mesmo lustre, Herve Humler, presidente do Ritz-Carlton, deu uma conferência de imprensa para apresentar o hotel e fez o seguinte comentário sobre a decoração: "Estamos na Ásia, por isso, é preciso deslumbrar os clientes".

Eu e os meus amigos sentámo-nos junto à janela rasgada sobre o porto de Victoria, mas sucumbimos rapidamente à nostalgia, recordando o antigo Ritz-Carlton e o extraordinário Toscana, que o chefe Umberto Bombana transformou no restaurante de gastronomia ocidental mais famoso de Hong Kong.

Eis o desafio que o novo Ritz-Carlton de Hong Kong tem pela frente. Os padrões de qualidade devem ter em conta aspectos como o serviço, o estilo e a sofisticação dos seus rivais: Mandarim Oriental, Peninsula, Four Seasons e Upper House. Da mesma forma que o primeiro hotel construído no território, o Hong Kong Hotel, no século XIX, proclamava ser o "hotel mais espaçoso e bem decorado de todo o Extremo Oriente", também os hotéis citados figuram entre os melhores de toda a Ásia.

No Ritz-Carlton tenta-se recriar a amabilidade que caracterizava o staff do antigo hotel homónimo. De sublinhar, a propósito, que cerca de 30% do pessoal actual fazia parte da equipa de origem. Surpresa reconfortante: os porteiros são os mesmos. E a afabilidade mantém-se. Um deles dissuadiu um cliente que veio jantar ao Tosca de levantar dinheiro no centro comercial das imediações, chamou um táxi e deu instruções precisas ao motorista para parar numa máquina multibanco a caminho da casa do cliente.

Quando me apercebi que os sofás do Lounge Restaurant, onde o pequeno-almoço é servido, são desconfortáveis por ficarem demasiado afastados da mesa, a enérgica gerente informou-me que outros hóspedes já haviam feito a mesma observação e que seriam tomadas providências nessa mesma noite para alargar as mesas. "De noite?", perguntei incrédulo. "O restaurante está aberto todos os dias".

Saí do quarto para fazer o ‘check-out' e cruzei-me à entrada do elevador com uma jovem do staff, bloco na mão cheio de apontamentos, que me perguntou se tinha algum comentário a fazer sobre o hotel. Fiz duas críticas: por um lado, o facto de se recusarem a servir água que não seja engarrafada e não possa ser cobrada, por outro, uma questão menor: não havia creme hidratante no balneário masculino junto à piscina.

Omiti o que penso sobre as soluções de design. A piscina coberta, por exemplo, tem um ecrã LED no tecto que projecta, numa das extremidades, imagens de praias e céu. Os mais incautos correm o risco de apanhar um susto. Foi o meu caso, quando um aglomerado de nuvens brancas se transformou numa massa negra compacta, levando-me a crer que se aproximava um tufão. Ao pequeno-almoço percebi que o que são alucinações psicadélicas para uns podem ser uma experiência visual fantástica para outros. Alguns hóspedes com quem troquei impressões elogiaram o design do hotel.

Também não fiz qualquer referência às enormes almofadas empilhadas sobre a cama, umas seis ou sete, que ocupavam imenso espaço. Estou certo de que fariam as delícias de qualquer paquiderme, mas, para poder dormir, tive de espalhá-las pelo quarto. Parecia o palco de uma feroz luta de almofadas.

Se alguma coisa ficar para a História do novo Ritz-Carlton de Hong Kong, misto de ostentação à moda de Pequim e dos excessos do Dubai - até os acessórios de casa de banha são dourados - essa coisa é a estética do hotel do século XXI. O design tem assinatura da LTW, de Singapura, responsável por hotéis na China, Índia e Sudeste asiático, como o Shagri-La e o Oberoi. Nos restaurantes do novo Ritz-Carlton, o design esteve a cargo do ateliê japonês Spin, que proporciona um verdadeiro festival para os sentidos a quem os visita. André Fu, talentoso designer de Hong Kong, autor do Upper House e Jia em Xangai, representa a corrente estética mais elegante e moderna do hotel. Feito o balanço, a visão que prevalece é a maximalista.

Design à parte, o maior problema do novo Ritz-Carlton é também o seu principal ponto forte: o andar mais alto fica 490 metros acima do nível do mar. Da janela do quarto, no 109º andar, a cidade mais parece uma maqueta. Nunca me senti tão distante - num lugar remoto talvez fosse mais próximo daquilo que sinto - do frenesim nas ruas de Hong Kong. À noite, a vista é absolutamente inesquecível, ao ponto de imaginar que estou numa Atlântida moderna que emergiu do mar. Dizer que este é o hotel mais alto do mundo acaba por ser, como muitos superlativos usados no mundo do marketing, a pior das publicidades.

Quarto duplo a partir de HK$4 mil (380 euros); www.ritzcarlton.com

De notar que não é caso único. A ideia de um quarto de luxo perto do céu já tem precedentes. Há até hoteis em edifícios mais altos, mas nenhum situado a tão grande distância do céu.




1º- Situado no Dubai (EAU) abriu em Abril de 2010, tem 828m de altura, 163 pisos e é hotel do 0 ao 8º,38º e 39º pisos.











2º- Situado em Hong Kong(China) abriu em Março de 2011, tem 490m de altura, 118 pisos e é hotel do 102º ao 118º piso.









3º- Situado em Pyongyang (Coreia do Norte) abrirá em 2012, tem 330m de altura, 105 pisos e é hotel em todos os pisos.











4º- Por fim e em 4ºlugar situado em Londres (Reino Unido) abrirá em 2012, tem 310m de altura, 87 pisos e é hotel do 34º ao 52º piso.

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